A estrutura interna, comum a cães das mais variadas raças, é, assim como em grande parte dos mamíferos, dividida em quatro áreas maiores:
Faz parte da reprodução também a
gestação, que dura em média sessenta dias e gera um número variado de filhotes, dependendo do tamanho e do sistema reprodutor da fêmea, bem como os cuidados com os cachorros. A alimentação de uma cadela durante a gestação é fundamental para o nascimento de uma cria saudável. Os cuidados alimentares devem ter início antes mesmo do acasalamento e prosseguirem até o desmame dos filhotes, já que ela é bastante exigida também nesta etapa. A fêmea não deve estar gorda quando cruzar e não pode receber gorduras na alimentação, mas ao contrário, tem bastante necessidade de
proteínas, cálcio e
sais minerais. Por fim, faz-se ainda necessária atenção aos filhotes. Nesta fase, a cadela é protetora e os amamenta por cerca de 45 dias. Aos poucos, os cachorros, que desenvolvem primeiramente o olfato e o tato junto à mãe, abrem os olhos e as orelhas, que lhes conferem dois sentidos bastante aguçados.
Na outra ponta da reprodução está a
esterilização, chamada também de
castração, comum em animais domésticos e uma necessidade para o controle de animais nas cidades, geralmente abandonados nas ruas. A esterilização em si consiste na remoção cirúrgica completa dos
órgãos com funções restritivamente reprodutoras. Nas fêmeas, retira-se o
útero e os
ovários, o que elimina os cios. Nos machos, retiram-se os
testículos, deixando-se a bolsa escrotal vazia. O processo é classificado como indolor, devido a anestesia, incômodo, após o procedimento, e seguro, devido a eficácia dos resultados para o animal e para a sociedade.
O
envelhecimento canino é um processo natural ainda não totalmente entendido, embora sabido que ocorra de modo variado, dependendo das raças e de seu porte. Enquanto um cão de médio porte vive em torno de doze anos, um gigante tem expectativa de vida mais curta. Antes, acreditava-se que estes animais envelheciam sete anos para cada ano de vida de um ser humano. No entanto, essa teoria foi revista, e mais recentemente, tenta-se comparar o estágio de desenvolvimento inicial da vida do cão com aquele dos seres humanos. De acordo com alguns resultados obtidos, raças pequenas alcançam seus tamanhos finais entre os oito e os doze meses; raças de porte médio entre doze e dezesseis meses; de porte grande entre dezesseis e dezoito meses; e as gigantes, por volta dos dois anos. Com isso, foi possível traçar um paralelo que resultou em variação de porte para porte. As raças pequenas e médias têm os cinco primeiros anos de vida para o primeiro ano humano. Deste ponto em diante, são quatro para cada ano vivido por um ser humano. Já as raças grandes e gigantes, de maturidade mais lenta, envelhecem sete e doze, respectivamente, em seu primeiro ano de vida, com cinco e sete anos a partir do segundo ano de vida, para cada tamanho. Com base nessas afirmações, pode-se dizer que um
chihuahua nascido no mesmo dia e ano que um homem, tenha, cinco anos mais tarde, 21.
Cães de idade avançada estão mais sujeitos a doenças, dores e alterações comportamentais. Por isso, é importante dar atenção às mudanças da idade de um cão doméstico, pois isso permite suprir novas necessidades e proporciona melhores condições de vida. Entre os principais males que podem acometer os idosos caninos estão a
artrite, o
mal de Alzheimer e a
depressão. Esses problemas e outros, como a queda de dentes, decorrentes da idade, são diagnosticáveis desde o início pela observação das mudanças comportamentais e pela realização de constante acompanhamento veterinário. Problemas de visão e audição, quietude e esbranquiçamento e queda do pelo são fatores considerados normais, causados pelo avanço da idade.
A
relação entre os cães ocorre, na grande maioria das vezes, de modo bem diferente da dos homens. Por conta disso, muitas vezes suas atitudes não são compreendidas, como porque se cheiram tanto, latem sem motivos, estão brincando e de repente começam a brigar. Os cães também sentem
medo,
ansiedade,
interesse,
alegria e outras
emoções. E, por serem animais
gregários, dedicam parte do tempo em conhecer seu
status dentro da relação. No aprendizado, cães precisam do contato com outros cães para aprenderem sua
linguagem. Durante as primeiras sete ou oito semanas, os cachorros aprendem toda a base da comunicação com a mãe. Se eles a machucam, ela grunhe e os afasta, e na época do desmame, mostra-se aborrecida com o ataque às mamas, por exemplo. A partir daí, o contato com os irmãos também é importante. Nas brincadeiras com outros filhotes, o cachorro aprenderá como demonstrar a dor e a brigar pela comida. De todas as formas de comunicação, a mais importante da vida do cão, entre os cães, é a corporal. Através da leitura da posição das orelhas, da cauda, dos olhos e do corpo em geral, os cães poderão identificar o estado de outro animal, como a aceitação das brincadeiras ou da dominância. O odor, também de animal para animal, é importante na comunicação para a identificação única de cada indivíduo. É através do cheiro que ainda identificam quando uma cadela está no
cio ou a mensagem da urina em determinado local demarcado.
Pelo
ser humano comunicar-se verbalmente, acredita que esta seja a principal forma de comunicação canina. O latido, em geral, significa um pedido de atenção quando carentes, aborrecidos, excitados ou sozinhos, e um alerta de perigo. Entre homem e animal, além do latido, outra forma de comunicação é o choro. Chorando, os cachorros percebem desde cedo que tanto a mãe quanto os donos lhe atendem e passam a usar disso como meio de obter atenção. Além disso, o choramingo demonstra susto com barulhos altos, como
trovões. O rosnado por sua vez, é o som mais simples de se entender, tanto para os caninos, quanto para os humanos, pois significa ataque caso não haja o recuo do outro diante da posse, demarcação ou proteção. Por ser um sinal de
agressividade, não costuma ser ignorado. Por fim, o uivo é um som familiar e único, que demonstra também excitação, o alerta, a solidão e o desejo. É usado quando caçam e encurralam suas presas ou só para ver se alguém aparece. Em um paralelo, o uivo é tão contagiante quanto o
bocejo humano: quando um começa e outro ouve, o faz. No relacionamento homem e animal, seus meios de comunicação causam problemas que geram determinadas soluções apenas para o ser humano. Entre as mais eficientes e definitivas estão o uso de coleiras anti-latidos, que associam o ato de latir com algo negativo, como jatos de
citronela no
focinho, e as operações que retiram as
cordas vocais.
Assim como em todos os mamíferos, as funções de sustentação, proteção e locomoção são executadas pelos esqueletos ósseo e muscular. Igualmente aos seres humanos, os cães possuem estrutura básica, cujos níveis encontram-se nas alturas escapular e pélvica, uma para os membros superiores e outra para os membros inferiores. A diferença encontra-se no fato das duas alturas servirem para a locomoção canina, ao passo que só a inferior é utilizada na locomoção humana. Para andar, os caninos dependem dos graus articulares, mas principalmente do
sistema neuro-muscular, que exerce as suas funções de contração e relaxamento, graças a ligação ao
sistema nervoso e as
superfícies articulares do esqueleto ósseo. Suas patas, fundamentais na locomoção, têm nos coxins a única parte da pele com
glândulas sudoríparas, o que ajuda a mante-las flexíveis. São ainda pouco sensíveis ao frio e ao calor, o que lhes ajuda quando em situações mais rigorosas, bem como possuem entre quatro e cinco dedos, o que proporciona sensibilidade, adaptação e aderência muito boas. Em comparação ao
cavalo, outro forte animal domesticado, o cão é ainda um melhor saltador, devido a sua musculatura, e possui uma coluna mais flexível.
Nos caninos, apesar da locomoção ser algo comum a todas as raças, existem peculiaridades que acompanham o tamanho e o peso do animal. Cães como o
são-bernardo são muito mais pesados que aqueles de ossos leves, como o
afghan hound, e por isso, na relação com o ser humano, há de se ter cuidado quanto as práticas e trabalhos pretendidos para eles, já que muitas destas raças possuem limitações devido a
seleção artificial, como o
buldogue, de pernas curvadas e o
dachshund, de patas curtas.
O tipo de andar que o cão executa é a chamada andadura, aquela passada completa, quando o membro volta a assumir a mesma posição do início, no momento em que toca o solo novamente, pronto para a repetição. De acordo com visualizações e definições, o andar do cão é variado e pode ser chamado de trote, cuja passada se completa com dois tempos, ou seja, duas patas tocando o chão ao mesmo tempo; trote em diagonal, quando forem de lados opostos; passo de camelo, quando dois membros, que tocam o solo simultaneamente, forem do mesmo lado; e galope de corrida e lento, que significam os membros posteriores e os anteriores movimentando-se quase ao mesmo tempo. Todos estes tipos de andadura são muito parecidos, mas cada um reflete a postura do animal e possui um ritmo determinado pela cadência dos tempos. Independente disso, são mais fáceis de serem vistos em competições de raça.
De acordo com a
Federação de Cinofilia Internacional, em
francês:
Fédération Cynologique Internationale, regida pela
Federação Cinológica Internacional, existem onze grupos de raças oficiais, porém variados de país para país, já que cada organização internacional admite diferentes grupos para a classificação do conjunto de raças que reconhece. A oficial, por sua vez, considera "os cães que realizam o mesmo tipo de trabalho ou que tenham a mesma semelhança física, a fim de que os cinófilos possam ter mecanismos facilitados para julgamento da estrutura e dinâmica dos exemplares de cães apresentados em exposições de beleza e fundamentalmente, organizar aquelas raças que, com particularidades e utilidades similares, sejam facilmente identificadas pela sua função":
Dentro destes grupos estão mais de quatrocentas raças ao redor do globo, que, por suas funções, dividem-se em um número variado de categorias, como de guarda, de tiro e caça, de utilidade, de luxo e de companhia. Entre as raças mais populares do mundo, eleitas no ano de 2009, estão o
labrador retriever, considerado amigável e boa companhia para as crianças; o
golden retriever, dito simpático, gentil e brincalhão; o
yorkshire terrier, classificado como ativo e protetor apesar de seu diminuto tamanho; o
pastor alemão, que figura como uma das raças mais inteligentes e leais; o
beagle, visto como grande farejador; o
dachshund, de corpo exótico; o
boxer, ativo e leal; o
poodle, ativo e companheiro; o
shih tzu, dito excelente companheiro; e o
schnauzer miniatura, visto como esperto e amável.
Da dieta do canino doméstico tem-se em vista que a simples
alimentação seria dar-lhe comida. Para a manutenção de sua saúde então, é fundamental
nutri-lo com
proteínas,
cálcio,
lipídios,
carboidratos,
minerais e
vitaminas. Em geral, estes nutrientes são encontrados em situações normais para animais selvagens, nas dosagens que necessitam ou acumulam. Como o cão não vive livre ou abandonado nas ruas, isso é feito através de análise do cotidiano familiar, de suas atividades e da consulta ao veterinário, a fim de equilibrar cardápio fresco e ração, considerando a particularidade de cada animal. Filhotes, adultos e seniores podem trocar o hábito alimentar dependendo da necessidade. Independente da troca, esta deve ser mais gradual à medida que aumenta a idade do canino, já que este pode se mostrar mais resistente
fisiológica e/ou
psicologicamente à mudança alimentar. Há ainda de se considerar que o canino não gasta energia como seus
antecessores livres e o exagero na alimentação, que causa sobrepeso e
obesidade nos animais, e os alimentos proibidos aos cães, como os ricos em
açúcares,
gordura saturada e
sódio, por exemplo. Outro alimento perigoso é o
chocolate, em qualquer forma que se apresente. A subtância nele presente, chamada
teobromina, pode causar
intoxicação alimentar,
coma e até casos de
óbito. Por isso, deve-se não apenas evitar, mas proibir a ingestão de chocolate nestes animais. Em 2009, como reflexo da má alimentação dos
domésticos, foi constatado, pela Associação de Prevenção à Obesidade dos Animais de Estimação, que 45% do cães e 58% dos
gatos estão acima do peso ou obesos, em geral refletindo a condição física de seus donos. Como consequência deste quadro, os animais estão desenvolvendo, de acordo com veterinários,
problemas coronarianos,
displasia,
pressão alta,
artrite,
diabetes, aumento no risco de
derrames e
câncer. Como solução, foi apontada a união da
dieta equilibrada e os
exercícios físicos.
Como
onívoro, faz parte da dieta de um cão boa parte do que come um ser humano. No entanto, sua alimentação balanceada é mais facilmente mantida por meio das rações industrializadas e devem ser oferecidas de acordo com tamanho, idade e atividades que o animal executa. A comida caseira também pode ser dada, mas a complicação de atender às exigências nutricionais é maior, estraga com rapidez e pode causar
tártaro ao animal. Outra vantagem que a ração apresenta é o fato de ser dura, o que promove o atrito e a limpeza dos dentes, já que o tártaro pode causar inflamações, perda de dentes e até mesmo doenças graves.
Entre as doenças que os cães podem ter, algumas se destacam por serem transmitidas aos seres humanos e outros mamíferos, como as
dermatofitoses, as
intoxicações por
salmonella, a
leptospirose e a
raiva, que atinge o
sistema nervoso. Tais enfermidades são denominadas zoonoses e tratáveis por meio da
vacinação,
higiene e tratamento da doença em si. Crianças e idosos são mais suscetíveis a estes problemas devido ao sistema imunológico debilitado ou pouco desenvolvido. Todavia, dependendo da progressão e da demora no diagnóstico, nem todas apresentam-se curáveis.
Para os caninos em si, que se resfriam como muitos outros animais, existem sete doenças comuns e fatais, que também podem ser evitadas através de vacinação anual ou combatidas por meio de fortes tratamentos: a tosse canina, doença infecto-respiratória causada por uma
bactéria, é tratável com
antibióticos e comum onde muitos cães vivem juntos; a coronavírus, contraída quando um cão entra em contato com as fezes ou outras excreções de espécimes infectados, causa apatia e vômitos, e é tratada com abundância de líquidos e medicação; a
cinomose, vista como a doença infecciosa mais fatal, é causada por
vírustransmitido diretamente pelo ar, com tratamento eficaz apenas no primeiro de seus dois estágios e se em cães de
sistema imunológico saudável; a hepatite infecciosa canina, doença viral espalhada por contato direto, causa febre, inchaço das
amígdalase dores estomacais, e é tratada com medicação adequada e tratamento intravenoso, cujos resultados aparecem em quatro dias; a leptospirose, causada por bactéria e transmitida através da
urina, causa febre, depressão, letargia e perda de apetite, além de
úlcera na boca e na língua, e tem como tratamento a internação e o uso de antibióticos; a
parvovirose, doença altamente contagiosa que se espalha através das patas, pelo, saliva e fezes de um cão infectado ou por sapatos de pessoas, é considerada altamente fatal nos filhotes, tem como sintomas a
diarreia aguda e o dano ao músculo cardíaco, e seu tratamento é feito através de medicação adequada e a obrigatória esterilização do ambiente, para que o cão não adoeça novamente com maior gravidade.
Outras enfermidades, também tratáveis, causam desconforto ao animal, invalidez temporária ou permanente, dores e tratamentos extensivos, como as úlceras, problemas neurológicos, de vista, nas orelhas e na boca,
alergias e
dermatites. De um modo mais abrangente,
pulgas e
carrapatos representam os dois maiores males dos cães, pois causam e transmitem inúmeras doenças, além do desconforto que causam na
pele, com as constantes mordidas. Em geral, a higiene, a boa alimentação e um acompanhamento veterinário evitam ou diminuem os efeitos danosos destes problemas físicos em cães domésticos. Psicologicamente, um dos maiores problemas sofridos por estes animais é a depressão, que se manifesta em forma de agressão, quietude ou histeria. Em pesquisa liderada pela espanhola Belen Rosado, constatou-se que a maior causa da agressão e dos latidos caninos são a
depressão, em geral advinda de uma vida muito sedentária, o que os
estressaria. Os exames realizados apontaram baixa de
serotonina e alta de
cortisol, causadores da desestabilização emocional. Para os veterinários, apenas o exercício físico e a companhia seriam capazes de amenizar ou eliminar este problema.
O controle de animais é feito pelo órgão responsável pelo controle de agravos e doenças transmitidas por animais, chamadas zoonoses, através do controle das populações de
animais domésticos (cães, gatos e animais de grande porte) e controle de populações de
animais sinantrópicos, como os
ratos e os
pombos. São geralmente órgãos governamentais credenciados pelos ministérios da saúde. Relacionado aos cães, os centros de controles de animais, além de efetuarem o recolhimento dos abandonados nas ruas e a
castração por exemplo, também promovem campanhas de adoção dos bichos recolhidos, em geral saudáveis, vacinados, castrados e vermifugados.
As organizações protetoras dos animais são entidades de ajuda a cães, gatos e outros animais abandonados, como os
pássaros em geral. Algumas delas abrigam centenas de animais que são retirados das ruas para se evitar o sacrifício pelos centros de controle, enquanto controladoras populacionais. Essas entidades, que podem ser
sociedades,
associações ou
organizações, precisam de voluntários e auxílio para se manterem ativas. Também promovem campanhas de adoção de animais e protegem seus direitos em geral, como à vida e ao bem-estar.
Existem, em
território urbano, uma classificação que divide a presença canina em quatro. Nas três primeiras, encontram-se os domésticos totalmente supervisionados, os semi-supervisionados e os de vizinhança, todos sob os cuidados dos humanos. Já na última, tem-se os chamados ferais, independentes e irrestritos, que formam
matilhas de dez a quinze indivíduos que não interagem com os homens.
Esta classe canina interfere diretamente no equilíbrio do
ecossistema que ocupa. Por se manterem afastados de grupos humanos obtêm sua subsistência a partir de resíduos dispersos na periferia das cidades e da caça a animais de reservas e matas circunvizinhas. Nas ocasiões em que ocorrerem contatos com seres humanos e outros animais de estimação, os riscos de agravos são maiores que com os demais estratos populacionais, por manifestarem agressividade mais acentuada que os próprios
animais selvagens. Em contrapartida, estes animais apresentam altas taxas de mortalidade e baixas de reprodução. Possuem o instinto da caça desenvolvido e não são seletivos, pois variam desde
pequenas presas anfíbias a
grandes mamíferos de cerca de 10 kg. Considerados um dos principais
predadores da vida selvagem nativa em áreas protegidas em todo o mundo, estes cães são agressivos tanto com seres humanos quanto com outros animais. Possuem hábitos mais noturnos e não matam apenas para alimentação. Suas populações não são vacinadas contra raiva e outras doenças transmissíveis, o que as torna transmissoras potenciais de vírus, representando um perigo para a vida selvagem e para o ser humano, caso entre em contato com um. Tal comportamento e o perigo que representam às sociedades e a outros animais, deixa como solução apenas a sua
erradicação.
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_t6XRQt4w2SCEqFMvkq6IOhuyrTL5NhcTngxC-Oj1GWnvGGWlLAF_QHzXI5PJx7Re7Aud9P3u2xzCPg81MZvtSd_XmEzmX6YNvXwNy6OoT6heDMJUt8olFbRoS_-VLPV5B0GoQcDYxK-phL-Yq4qYlv2HUmN0IfGjjLYvW8aQ=s0-d)
Doentes ou mutilados, cães são abandonados nas ruas por seus donos. Podem tornar-se disseminadores e risco à saúde pública. O abandono é considerado crime em alguns países.
Por outro lado, o relacionamento com o homem não se reduz a bom ou agradável. Há casos de pessoas atacadas por seus animais domésticos e casos de pessoas que maltratam, quando não seus próprios caninos, os de outros ou de rua. Do homem para o animal existem diversos tipos de
maus tratos, desde a direta
agressão física ao uso abusivo de seus bichos em
rinhas de briga e como
cobaias. São ainda postos em gaiolas minúsculas, sem higiene e alimentação. Tais agressões são consideradas, em determinados países, como violação ao direito dos animais e preveem punição legislativa. Abandonar cães doentes e idosos também é considerado crime. No
Brasil, a lei protege os animais desde 1934, pelo decreto lei Nº24.645, de julho, e mais tarde, a lei de crimes ambientais nº 9605, de 16 de fevereiro de 1998, reforçou este decreto e especificou várias violações e penalidades de detenção para aqueles que praticam crimes contra os animais:
![Cquote1.svg](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_s_-T-oq2fPpE-16Vj0OJGReTvoHwE96fib3sdX10kHidmQdi5sw3GIQlVjInfwGkNUSRZX--qoVfnnhiSE3IgmScAPz1t89N08YRwP64d_Mv1G6rYsZ7JkkQ2JC-D1kRhjj-k5uNfKOyEwSnGlWD5bACLs503Zj-jr3Bc=s0-d) | Artigo 32 da Lei Federal nº. 9.605/98: É considerado crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, doméstico ou domesticados, nativos ou exóticos. (...) quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animais vivos, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. (...) se ocorrer a morte do(s) animal(s). | ![Cquote2.svg](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vDlc37vLNITign06APW5G1yVoRJbV4IYQfv3cWAoenu_56jSC7V7WYKlS6aPZm9TZtXifHNwqZYQC7ImjQI-Hta_lTK4-5nxVK4pcmsy9Qpy-kgkyeXr2DpSwNyEnewaC2DnEqGlfF9EiJEU-KNOMq0HJoeVgHaMls0KmB=s0-d)
—
|
Em
Portugal constituem crime "todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal." e abandonar "os animais doentes, feridos ou em perigo" de uma forma geral. Essas medidas gerais de proteção foram decretadas pela Assembleia da República nos termos dos artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º 3, da Constituição.
É no
cérebro que se abrigam as capacidades herdadas e gravadas, base da formação mental do cão, que mostram comportamentos e habilidades potenciais deste animal. A chamada inteligência canina é dividida em três habilidades mentais baseadas em instinto: aprendizagem, resolução de problemas e inteligência comunicativa. Dos lobos, os cães herdaram a chamada flexibilidade mental, que significa a capacidade de aprender com as experiências que os ajudam a adaptarem-se ou a modificarem o ambiente para que se torne um lugar melhor para viverem. Instintivamente cautelosos e desconfiados, aprendem também em quem confiar e quem devem evitar. Para solucionarem um problema, o cérebro funciona com rapidez de construção com o menor número possível de falsos inícios. Essa combinação constitui sua capacidade de resolução, em geral deficiente nos cães, e na qual o
border collie se destaca, enquanto
cão de pastoreio.
A inteligência comunicativa é a conhecida obediência ou inteligência de trabalho. Ainda que seja bom nas outras duas habilidades, precisa entender o que o os comandos do ser humano e os outros cães dizem, para perceber instintivamente a hierarquia da matilha, comunicando-se através da linguagem corporal e do cheiro. O
labrador retriever é um exemplar excelente em inteligência comunicativa enquanto cão de tiro, devido a sua persistência em se concentrar.
Os cães possuem ainda o instinto natural de saberem o que devem ou não comer. Quando mastigam grama, significa por exemplo, que estão adicionando
fibra à alimentação. Para compreenderem relações, possuem uma habilidade hereditária que lhes permite perceber a hierarquia e reforçar a ordem, o mesmo sendo aplicado na hora de interpretar a postura de outro animal ou do ser humano. Os caninos possuem também a habilidade de se localizarem, traçando
mapas mentais de grandes territórios. Todavia, muitos vivem restritivamente ao lar e não desenvolvem esta capacidade, terminando então com um ruim senso de direção. Estes animais ainda são capazes de julgar movimentos e forças, como a aproximação de uma onda na praia. Resumindo, a inteligência canina é utilizada pelo ser humano para desenvolver e utilizar de suas habilidades mais destacadas, ao passo que serve ainda para o melhor convívio entre os de sua
espécie.
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_ucXNY2SqbthJ9nYoQVkrYU3APajjIu5jqPStNRc8xR-Pu00KIUQrpW_hDws5gTD1Q8h_E9NAU3Qr_sgwukQDs07pCS1hQhEWsRDmNUxMnafGb6lIDbbJG-bEP4ArbnBd_qP93p8wJvcfo0bBxM1OrE6wOufgwaR5unEWUZ9_Ye57j_XCkw6W0dKfk=s0-d)
Equilibrar um canino através do
adestramento, feito por repetição de comandos e atividades, é fundamental para a boa relação entre duas espécies tão distintas: cão e ser humano.
Seu temperamento é variado de cão para cão, ainda que uma dada raça seja padronizada no papel a ter um determinado tipo de comportamento, como o companheirismo do
poodle. No entanto, não há neles uma característica presente no ser humano: o
racismo por julgamento. Apesar de demonstrar aversão a determinado grupo de pessoas, os motivos são nunca ter tido contato com tais pessoas, ter dono inseguro a dado grupo e o estímulo à desconfiança canina para um determinado grupo. Outra marcante característica do comportamento canino é a
coprofagia. As razões variam de deficiência metabólica ou doença à motivos meramente comportamentais, como as cadelas que comem as
fezes de seus filhotes, para manter o canto deles limpo. Os tratamentos para este comportamento, além de imprecisos, são controversos. Sabidamente um
animal social, é afetado também pela chamada "mentalidade de massa", através da qual é estimulado ou simplesmente consegue fazer algo que sozinho não faria, como o ganho da confiança para encarar ameaças maiores. Em contrapartida, este comportamento pode também ser negativo, estimulado por maus hábitos, como latir excessivamente ou avançar.