terça-feira, 19 de maio de 2015

Jacaré de Papo Amarelo

jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) é um jacaré típico da América do Sul. A espécie habita as florestas tropicais, preferindo áreas de baixada, em lagoas, lagos e rios. É um animal carnívoro que vive aproximadamente cinquenta anos. São conhecidos por este nome pois, durante a fase do acasalamento, estes animais costumam ficar com a área do papo amarelada. Possuem o focinho mais largo de todos os crocodilianos. O nome científico latirostris (nariz largo) vem do latim lati (largo ou amplo) erostris (nariz ou focinho).

Características

Mede em média cerca de 2 metros mas já foram registrados indivíduos excepcionalmente grandes com 3,5 metros. Animais adultos tendem a ser de cor verde-oliva, enquanto os filhotes são mais amarronzados com costas listradas de preto e pontos escuros na cabeça e lateral da mandíbula inferior. Animais velhos são quase negros. A espécie é característica pelo seu focinho curto e largo que tem quase o mesmo comprimento que a largura à altura dos olhos. Machos geralmente possuem maior tamanho corporal e largura craniana. Caracterizam-se por possuírem uma mordida forte, podendo partir o casco de uma tartaruga com extrema facilidade.

Alimentação

Estes animais possuem uma alimentação generalizada alimentando-se de moluscos, crustáceos, insetos, peixes, aves, morcegos e até mesmo ungulados e outros répteis. Contudo, o tamanho influência e jacarés maiores tendem a pegar presas maiores. eventualmente os exemplares maiores podem atacar presas maiores. Seu alimento principal são certos moluscos gastrópodesdisseminadores de algumas moléstias nas populações ribeirinhas. Desta forma, nos ambientes onde o jacaré foi eliminado, cresce a incidência de barriga de água entre a população e o gado que reside próximo aos rios.
Em um experimento realizado em um laboratório da UNESP, em São Paulo, jacarés-de-papo-amarelo foram vistos se alimentando de frutos de banana-de-macaco (Philodendron bipinnatifidum). Entretanto, o estudo não foi conclusivo se o comportamento foi induzido pela presença de teiús Tupinambis merianae - que são onívoros, se ingeriram acidentalmente os frutos tentando capturar insetos atraídos por eles ou se esses animais realmente alimentam-se de frutos esporadicamente na natureza.

Reprodução

O período de acasalamento ocorre de Agosto a Janeiro no Brasil, em Janeiro no Uruguai e de Janeiro a Março na Argentina.Coincide com os meses mais quentes do ano, já que é necessário calor ambiente para a incubação. A reprodução ocorre na terra ou em charcos úmidos, muitas vezes em ilhas fluviais ou na floresta ao redor durante meses mais úmidos. São geralmente localizados perto da água e em locais com pouca insolação. Os ninhos são constituídos de um monte feito de material orgânico como folhas, gravetos e eventualmente terra. Supõe-se que a terra é usada para fazer com que o ninho tenha um tamanho adequado quando não há matéria orgânica suficiente.
A fêmea coloca em média 20 a 60 ovos no ninho e, após a postura, ela, como outros crocodilianos, adota uma postura agressiva e se afasta deles apenas para se alimentar, pois estes podem ser predados por animais como o teiúquati, raposas, macacos e aves aquáticas. A temperatura de incubação é determinante para o sexo: entre 29º e 31º C os filhotes nascem todos fêmeas, com 33º nascem apenas machos e com 34,5º de ambos os sexos. No momento da eclosão, entre 65 e 90 dias depois, os filhotes ainda dentro dos ovos vocalizam chamando a mãe que destrói o ninho e então os carrega na boca até a água. No primeiro ano de vida permanecem próximos ao local de nidificação sendo protegidos por ambos os pais.

Habitat e distribuição

Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) à beira de lagoa - Bonito MS,Brasil
A espécie é altamente ligada a água, habitando uma variedade de ambientes como pântanos, charcos, rios e riachos, com forte associação a vegetação aquática densa. Pode ser encontrado em águas salobras e salgadas, chegando a habitar mangues no litoral e também já foram registrados em mangues de ilhas costeiras no sudeste do Brasil. Existem a até 800 m de altitude.
O jacaré-de-papo-amarelo é encontrado principalmente em pântanos e charcos ao longo do nordeste da Argentina, sudeste da Bolívia,Paraguai, norte do Uruguai e no Brasil. Sua distribuição se estende ao longo de regiões costeiras no sudeste do Brasil, desde o Rio Grande do Norte, Recife e a Bacia do São Francisco indo a oeste até o Mato Grosso, subindo o Rio Paraguai até o leste da Bolívia em pântanos abaixo da foz do Rio Madidi. Ao sul, alcança o Paraguai no baixo Rio Pilcomayo, a Bacia do Paraná no norte da Argentina e também no Paraguai, o sul do Brasil até a Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim no Rio Grande do Sul; além do Uruguai, na Bacia do Uruguaie em pântanos costeiros. Apesar de ameaçado pela urbanização, pode ser encontrado em lagos urbanos da cidade do Rio de Janeiro.
Peixe Palhaço

Nome científico: Amphiprion frenatus
Ordem:Perciformes
Família: Pomacentridae
Nome comum: Peixe palhaço, anfitrião.
Água: Salgada
Características: O peixe palhaço apresenta coloração Vermelho-ferrugem, com listras verticais Cabeça curta, boca pequena, dentes pouco desenvolvidos. Este peixe passa todo o tempo perto das anêmonas do mar que são animais invertebrados, geralmente confundidos com flores. O peixe palhaço dorme e se esconde do perigo no meio dos tentáculos venenosos das anêmonas e não é envenenado devido a uma camada de muco que recobre o peixe protegendo-o do veneno das anêmonas. Além disso, ele limpa e retira parasita de sua ‘protetora’. Este peixe é pequenos, ágeis, brilhantes e muito belos. É encontrado nos oceanos Atlântico e Pacífico.

O peixe-palhaço é um pequeno peixe marinho que forma parte da paisagem dos recifes de coral. Apenas existe um peixe-palhaço, mas dentro dele, existe uma grande variedade de espécies. O peixe-palhaço é reconhecido facilmente pela sua cor brilhante (que vai desde do amarelo ao vermelho, passando pelo laranja) e as suas bandas brancas contornadas por preto.

“Procurando Nemo” popularizou este peixe. Mas infelizmente, não parece que percebemos bem a mensagem do filme. E o resultado disso foi o facto da compra de peixes-palhaço ter aumentado muito, chegando-se a vender mais do que 150000 exemplares deste peixe. Isto pode chegar a provocar o perigo de extinção desta espécie a meio prazo.

A reprodução do peixe-palhaço é muito complexa. Várias espécies vivem juntas perto da mesma anémona. O mais exemplar é sempre uma fêmea e o segundo, por ordem de tamanho, é sempre o macho reprodutor. Todos os outros peixes são machos em estados diferentes de maturidade. Se a fêmea morre, o macho transforma-se em fêmea e o segundo peixe-palhaço maior se converte no macho reprodutor.

O peixe-palhaço é um peixe tropical de água do mar. Para que esteja seguro de não se enganar, nunca compre mais do que um par por aquário. Tenta comprar peixes de criação, mas estes são um pouco mais caros, mas esta acção permitirá evitar a extinção da espécie no seu meio natural.


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Loris Bailarino

Loris Bailarino
Nome no BrasilLoris Bailarino
Nome em inglêsBlack-capped Lory
Nome científicoLorius Lory
País de origemNova Guiné

Descrição

Esta ave colorida possui o corpo predominantemente vermelho, com o topo da cabeça em preto. A nuca, o peito e a barriga são de cor azul escuro. As asas são verdes e na parte interna há uma faixa em amarelo. A ponta da cauda é azul-esverdeada. Os olhos podem variar em tons de amarelo a vermelho, sempre com contorno preto. Seu bico é laranja. Pertence à família dos psitacídeos, como o papagaio. 
Comprimento: 30 a 31 cm 
Expectativa de vida: 25 a 30 anos

Características

É uma ave brincalhona, inteligente e cheia de energia. Precisa se entreter, então é indicado que tenha vários brinquedos no viveiro. Apega-se ao dono, é dócil, amoroso e gosta de receber atenção. Bastante hábil na fala, aprende rapidamente. Mas, precisa ser ensinada para não se tornar muito barulhenta. É um pássaro raro. Na natureza, esta ave é encontrada em pequenos bandos.

Cuidados básico

Alguns cuidados com as aves devem ser diários, como a troca da água e a limpeza do viveiro. Os comedouros devem ser limpos regularmente para evitar a formação de bolor, causada por restos de alimentos. Muitas aves adoram se banhar e essa prática faz bem à saúde do animal. Portanto, é recomendado deixar à disposição uma banheira com água sempre limpa, para que se refresque. 
É recomendado que duas vezes por semana a ave seja retirada da gaiola e fique um tempo livre, mas sempre com companhia humana. As Lóris possuem sistema digestivo sensível, portanto deve-se ficar atento à alimentação. Suas fezes são mais líquidas e podem esguichar até 30 cm de distância, por isso, é importante forrar ao redor da gaiola. Não colocar duas aves numa mesma gaiola, a não ser que seja um casal.

Alimentação

A ração para qualquer ave deve ser muito bem balanceada. Existe no mercado uma grande variedade de marcas e composições específicas para cada espécie. O armazenamento do alimento deve ser feito com cuidado mantendo as devidas condições de ventilação e higiene. 
Esta ave costuma se alimentar basicamente de frutas, que devem ser variadas. Na natureza, também consomem néctar das flores, que pode ser encontrado em papa específica para o pássaro. A ração também é indicada para complementar a alimentação.

Espaço para criação

O viveiro do Lóris Bailarino deve ser bem grande, com espaço para voar. São indicados poleiros e cordas, para que ela possa brincar. Algumas aves desta espécie gostam de se enrolar em “cobertores” para dormir, portanto vale deixar um pano na gaiola.

Papagaio Verdadeiro


Papagaio Verdadeiro
Nome no BrasilPapagaio Verdadeiro
Nome em inglêsBlue-fronted Parrot
Nome científicoAmazona aestiva
País de origemBrasil

Descrição

Este papagaio tem como principal diferença dos demais a coloração da cabeça, que é azul no topo e bochechas, amarela no topo e ao redor dos olhos. O bico e as narinas são escuros. A plumagem do corpo é verde, com penas vermelhas na asa e extremidades em azul escuro. 
Comprimento: 35 a 37 cm 
Expectativa de vida: mais de 60 anos

Características

É considerado um papagaio bastante falador, por isso é uma das aves mais procuradas como animal de estimação. Esta ave é brincalhona e cheia de energia, gosta de subir em poleiros, na grade da gaiola e não para quieta. Tem o hábito de roer madeira, portanto é recomendado que sempre tenha alguns ramos por perto. É bem barulhento.

Cuidados básico

Alguns cuidados com as aves devem ser diários, como a troca da água e a limpeza do viveiro. Os comedouros devem ser limpos regularmente para evitar a formação de bolor, causada por restos de alimentos. Muitas aves adoram se banhar e essa prática faz bem à saúde do animal. Este papagaio gosta muito de água, portanto uma boa dica é borrifar água em seu corpo nos dias mais quentes, para mantê-lo bem.

Alimentação

A ração para qualquer ave deve ser muito bem balanceada. Existe no mercado uma grande variedade de marcas e composições específicas para cada espécie. O armazenamento do alimento deve ser feito com cuidado mantendo as devidas condições de ventilação e higiene. O papagaio em cativeiro também deve ser alimentado com frutas.

Espaço para criação

A gaiola deve ter tamanho suficiente para movimentação do pássaro. Se os poleiros forem de madeira, devem ser trocados com frequencia, quando o animal os tiver roído. Não é resistente às variações climáticas, e por isso precisa de uma área coberta para dormir e se esconder do frio.
Resultado de imagem para imagens de arara azul voandoArara Azul

GettyImagesArara Azul
Nome no BrasilArara Azul
Nome em inglêsHyacinth Macaw
Nome científicoAnodorhynchus hyacinthinus
País de origem
Brasil











Descrição
A Arara é considerada uma das maiores raças de aves. É conhecida por emitir sons parecidos com sons humanos ou aqueles produzidos por outros animais. A Arara Azul possui uma plumagem na cor azul, algumas manchas amarelas ao redor dos olhos e do bico e pretas embaixo das asas e na cauda. O bico é grande, robusto e preto.
Comprimento: 70 a 98 cm
Expectativa de vida: 60 anos

Características

São aves que vivem em bandos. Araras são geralmente muito apegadas ao meio em que vivem, incluindo seus locais de alimentação, reprodução e o parceiro. Uma vez formado, o casal fica junto para sempre. São muito inteligentes e podem se tornar uma grande companhia dos donos por interagirem com facilidade. Araras não devem ser criadas sozinhas, pois a solidão leva a um alto nível de estresse. Essas aves, quando soltas, não costumam voar muito, mas percorrem longas distâncias pulando de galho em galho.

Cuidados básico

Alguns cuidados com as aves devem ser diários, como a troca da água e a limpeza do viveiro. Os comedouros devem ser limpos regularmente para evitar a formação de bolor, causada por restos de alimentos. Muitas aves adoram se banhar e essa prática faz bem à saúde do animal. Portanto, é recomendado deixar à disposição uma banheira com água sempre limpa, para que se refresque.

Alimentação

A ração para qualquer ave deve ser muito bem balanceada. Existe no mercado uma grande variedade de marcas e composições específicas para cada espécie. O armazenamento do alimento deve ser feito com cuidado mantendo as devidas condições de ventilação e higiene.
Araras Azuis podem comer, além da ração, frutas, verduras e legumes de duas a três vezes por semana. A ração para essa espécie de ave não é uma simples mistura de semente, mas é pensada para nutrir o animal como se deve. Diante disso, é importante que o dono de uma Arara busque o que é melhor. Na dúvida, é recomendado consultar um veterinário especializado.

Espaço para criação

Araras precisam de viveiros bem espaçosos, de preferência com plantas e poleiros para que possam voar e se movimentar livremente.

Anodorhynchus é um gênero de aves psitacídeas que inclui três espécies de arara, exclusivas das florestas tropicais da América do Sul e que podem ser observadas no Brasil.

Conhecidas popularmente como araras-azuis, são aves de grande porte, com comprimento variável entre os cerca de 70 cm daarara-azul-pequena e os 100 cm da arara-azul-grande, o maior representante da ordem Psittaciformes. A sua plumagem é uniforme, em tons de azul ou azul-esverdeado. O bico é poderoso e preto. Estas araras distinguem-se dos membros do gênero Ara pela presença de manchas amarelas na cabeça, na zona da bochecha e em torno dos olhos.

Todas as espécies de arara-azul encontram-se em perigo de extinção devido à caça e à degradação de habitat.










Taxonomia


Espécie hipotética

Uma outra espécie, Anodorhynchus purpurascens, foi descrita por Rothschild e apresentada em seu livro, Extinct Birds publicado em 1907, mas há pouca evidência para indicar que existiu uma quarta espécie no gênero. Rothschild nomeou a espécie pois acreditava que tinham existido araras violeta na ilha de Guadalupe; entretanto, elas eram possivelmente Anodorhynchus hyacinthinus importadas da América do Sul.

Espécies

Espécies
Nome comun e Nome binominalImageDescriçãoAbragência
Arara-azul-pequena
(Anodorhynchus glaucus)
Anodorhynchus glaucus.jpg
70 cm de comprimento, plumagem azul turquesa com a cabeça acinzentada. Possui uma longa cauda,um grande bico negro e anéis amarelos contornando os olhos.1América do Sul
(possivelmente extinta)
Arara-azul-grande
(Anodorhynchus hyacinthinus)
Hyacinth Macaw - Nashville Zoo.jpg
100 cm de comprimento, 120–140 cm de envergadura. É quase inteiramente azul, exceto pelo preto debaixo das asas. Possui um grande bico negro, com partes amarelas na parte inferior, além de anéis amarelos contornando os olhos.2América do Sul
Arara-azul-de-lear
(Anodorhynchus leari)
Anodorhynchus leari by Edward Lear.jpg
70 cm de comprimento,plumagem azul escura,com a cabeça com um tom de azul claro. Possui partes amarelas na parte inferior do bico e anéis amarelos contornando os olhos.3Brasil

domingo, 17 de maio de 2015

Resultado de imagem para cachorro
cão (Canis lupus familiaris ), no Brasil também chamado de cachorro, é um mamífero canídeo, subespécie do lobo, e talvez o mais antigo animal domesticado pelo ser humano. Teorias postulam que surgiu do lobo cinzento no continente asiático há mais de 100 000 anos. Ao longo dos séculos, através da domesticação, o ser humano realizou uma seleção artificial dos cães por suas aptidões, características físicas ou tipos de comportamentos. O resultado foi uma grande diversidade de raças caninas, as quais variam em pelagem e tamanho dentro de suas próprias raças, atualmente classificadas em diferentes grupos ou categorias. As designações vira-lata (no Brasil) ou rafeiro (em Portugal) são dadas aos cães sem raça definida ou mestiços descendentes.

As origens do cão doméstico baseiam-se em suposições, por se tratar de ocorrências de milhares de anos, cujos crescentes estudos mudam em ambiente e datação dos fósseis. Uma das teorias aponta para um início anterior ao processo de domesticação, apresentando a separação de lobo e cão há cerca de 135 000 anos, sob a luz dos encontrados restos de canídeos com uma morfologia próxima à docinzento, misturados com ossadas humanas. Outras, cujas cronologias são mais recentes, sugerem que a domesticação em si começou há cerca de 30 000 anos, os primeiros trabalhos caninos e o início de uma acentuada evolução entre 15 000 e 12 000, e por volta de 20% das raças encontradas atualmente, entre 10 000 e 8000 anos no Oriente Médio. Além das imprecisões do período, há também discordâncias sobre a origem. Enquanto especula-se que os cães sejam descendentes de uma outra variação canídea, as mais aceitáveis são a descendência direta do lobo cinzento ou dos cruzamentos entre lobos e chacais.
As evidências baseiam-se também em achados arqueológicos, já que foram encontrados cães enterrados com humanos em posições que sugerem afetividade. Segundo estes trabalhos de pesquisa, o surgimento das variações teria ocorrido por seleção artificial de filhotes de lobos-cinzentos e chacais que viviam em volta dos acampamentos pré-históricos, alimentando-se de restos de comida ou carcaças deixadas como resíduos pelos caçadores-coletores.
Foi ainda durante a Pré-História que surgiram os primeiros trabalhos caninos e, com isso, começaram a fortalecer os laços com o ser humano. Cães de caça e de guarda ajudavam as tribos em troca de alimento e abrigo. Com o tempo, aperfeiçoaram o rastreio e dividiram o abate das presas com os humanos. Por possuírem alta capacidade de adaptação, espalharam-se ao redor do mundo, levados durante as migrações humanas e aparecendo em antigas culturas romanas, egípcias, assírias, gaulesas e pré-colombianas, tendo então sua história contada ao lado da do homem.
Com o fim do Império Romano, o mundo entrou na fase da Idade Média, já com os cães espalhados pelo continente europeu, levados pelos mercadores fenícios do Oriente Médio à região mediterrânea e adentrado a região seguindo soldados romanos. Foi nessa época que os caninos perderam o relativo prestígio de antes, já que doenças como a peste negra assolavam a Europa e eram os cães que comiam os cadáveres nas periferias das cidades.
No período das grandes navegações, os homens migraram ao Novo Mundo com seus caninos. Apesar de não serem desconhecidos dos povos pré-colombianos, a variedade o era. Também durante a conquista, a presença deste animal teve sua utilidade: nas guerras contra os nativos, farejadores eram utilizados para encontrar e matar os índios.
No século seguinte, eventos tornaram a marcar a evolução canina. As guerras mundiais extinguiram as raças das regiões mais afetadas e ajudaram a popularizar as variedades militares, como o pastor alemão e o dobermann, enquanto rastreadores. No Japão, em plena guerra, o imperador decretou que todos os cães que não pastores alemães fossem mortos para a confecção de uniformes militares com seu couro. Devido a isso, muitos criadores de akitas cruzaram seus animais com pastores alemães, para tentar fugir ao decreto. Os resultantes destes cruzamentos, levados aos Estados Unidos pelos soldados, foram os primeiros na criação de mais uma nova raça. Foi também após as guerras mundiais que surgiram os primeiros centros de treinamento de cães-guia de cego.
Modernamente, apesar de fazer parte da história humana desde a imagem divina aos soldados das guerras, o cão tornou-se um animal de estimação apenas no século XX, já adaptado aos modos de vida dos seres humanos, devido a sua habilidade de fazer de diversos ambientes os melhores possíveis, e ao voltar suas capacidades de aprendizado à domesticação. Diz-se que esta mútua relação entre os dois mais numerosos carnívoros do mundo deve-se à compreensão e à evolução cerebral canina em entender o que querem as pessoas.

Levando-se em consideração os estudos que apontam o lobo como antecessor do cão, é possível traçar semelhanças e diferenças entre estas duas subespécies. Os mais antigos esqueletos de cães descobertos datam de cerca de 30 000 anos depois do aparecimento doHomo sapiens, sempre exumados em associação com o resto das ossadas humanas. Aos pesquisadores, pareceu lógico associá-los aos canídeos pré-existentes, como o lobo, o chacal e o coiote. No entanto, em descobertas feitas na China, nas quais encontravam-se vestígios dos cães, o coiote e o chacal não foram identificados na região. Ainda no Oriente, notou-se as primeiras associações do homem com uma variedade de lobo com tamanho reduzido, de cerca de 150 000 anos. Nessa teoria, a ausência das duas espécies e o fato de Canis lupus eCanis (lupus) variabilis terem coexistido e possivelmente reproduzido, pode confirmar a explicação do lobo como ancestral do cão, e por sob questionamentos a teoria mais difundida, do acasalamento entre o cinzento, o chacal e até mesmo, o coiote. Essa hipótese, segundo estudos mais recentes, aliou-se a novas descobertas: o aparecimento de algumas raças de cães nórdicos diretamente originados do lobo; o resultado de trabalhos genéticos comparando o DNA destas espécies, que mostraram uma semelhança superior a 99,8% entre o cão e o lobo, enquanto não ultrapassa 96% entre o cão e o coiote; e a existência de mais de 45 subespécies de lobos, que poderiam estar na origem da diversidade racial observada nos cães.
As semelhanças entre cães e lobos dificultam os trabalhos dos arqueólogos para fazer distinção exata entre os vestígios de cada subespécie, quando apresentam-se incompletos ou quando o contexto arqueológico torna a coabitação pouco provável. De certo, o cão primitivo só se diferencia do seu ancestral por alguns detalhes pouco fiáveis, como o comprimento do focinho, a angulação do stop ou particularidades na arcada dentária.
lobo-cinzento, que supõe-se ser a única espécie de lobo tendo o cão como uma de suas subespécies, é um canídeo selvagem que vive em alcateias. Fisicamente, pode atingir 2 m de comprimento e pesar mais de 60 kg. Suas cerca de quinze subespécies habitam florestas ou planícies da Europa, Ásia, Estados Unidos, Canadá e o norte da África, mas, em alguns lugares, como o Japão, estão à beira da extinção. Já o cão é o único canídeo domesticado pelo homem, em um processo milenar. Seu tamanho varia entre 1 – 45 kg(b), e vive tanto isolado quanto em matilhas. Sua diversidade de raças é, em boa parte, devida à seleção artificial feita pelo homem na busca de qualidades aproveitáveis e de submissão. É ainda um animal sem riscos de extinção, apesar de algumas raças não mais existirem. Em comum, além das características físicas, estes dois possuem as comportamentais e de povoamento. Suas caudas compridas são usadas para comunicação quando precisam mostrar obediência diante do dominante, por exemplo. Vigorosos, não são tão velozes quanto os felinos, mas capturam suas presas pelo cansaço da persistência. Pelo globo, dispersaram-se há milhares de anos, espalhando-se pela Ásia, Europa e África. À Oceania e às Américas, chegaram levados pelo homem.
É ainda um animal sem riscos de extinção, apesar de algumas raças não mais existirem. Em comum, além das características físicas, estes dois possuem as comportamentais e de povoamento. Suas caudas compridas são usadas para comunicação quando precisam mostrar obediência diante do dominante, por exemplo. Vigorosos, não são tão velozes quanto os felinos, mas capturam suas presas pelo cansaço da persistência. Pelo globo, dispersaram-se há milhares de anos, espalhando-se pela Ásia, Europa e África. À Oceania e às Américas, chegaram levados pelo homem.
O modo como se alimentam também é semelhante. O lobo obtém a maior parte de sua comida caçando em grupo e atacando presas de grande porte. A competição entre seus membros leva ainda a um rápido consumo do alimento. Após matar a presa, come até se satisfazer, passando um longo período sem se alimentar. Como os antepassados, os cães domésticos comem rapidamente e poucas vezes ao dia. Essa tendência em comer muito rápido pode virar um problema, pois os cães podem se engasgar ou engolir grandes quantidades de ar. Os caninos alimentados em grupo podem apresentar as relações de dominação dos lobos e, como resultado, os dominantes obtêm a maior parte do alimento e os subordinados ficam com menos do que precisam. Como diferença, ao passo que o lobo alimenta-se do que captura, o cão doméstico usufrui de rações fabricadas especificamente para suas necessidades físicas.

Na seleção natural, processo proposto por Darwin, apenas os mais aptos se reproduzem e se multiplicam, eliminando assim, geração após geração, os genes problemáticos. É devido a esta razão que os animais selvagens são visivelmente saudáveis psicológica e fisicamente. Na seleção artificial, especificamente dos cães, o critério é acasalar os caninos a partir das formas físicas, chamadas morfológicas, orgânicas, chamadas fisiológicas, e mentais, conhecidas como psíquicas. Como exemplo dessas seleções está a criação das raças pequenas, resultados dos acasalamentos dos espécimes menores, independente de suas capacidades de sobrevivência. Conduzida pelo ser humano, a seleção artificial é direcional: a partir de indivíduos selecionados por suas características, tem-se as novas ninhadas, que serão novamente selecionadas, de acordo com as peculiaridades desejadas. Desta forma, os genes responsáveis pelas características escolhidas aumentam de frequência e tendem a entrar em homozigose. Ao mesmo tempo, pode-se evitar a reprodução de indivíduos que não possuam as qualidades almejadas.
Todavia, não se obtém apenas benefícios destes cruzamentos seletivos. Juntamente com os genes das características visíveis, são repassados aqueles que, apesar de presentes, não se manifestaram no indivíduo, mas que, provavelmente, afetarão seus descendentes. Alguns acarretam propensão para males como displasia coxofemoralsurdezmiopia, diversas doenças de pele e problemas psicológicos. Disfarçadamente, há ainda um outro problema que acomete os caninos.
Em suma, apesar do sucesso na criação de variadas raças com determinadas características físicas e mentais, como o aperfeiçoamento de cães para pastoreio, há os problemas derivados dessas seleções, que dificultam as vidas dos espécimes e lhes causam graves problemas hereditários de saúde. Para evitar estes males, é preciso não reproduzir cães com problemas psicológicos ou físicos mesmo que sejam campeões de beleza ou excelentes em alguma atividade útil ao ser humano. Apesar da possibilidade, não há registro de raça canina criada em laboratório.

Etimologicamente, o latim cattus designava tanto significado para cão quanto para gato. Ao longo do tempo, a palavra sofreu modificação para catulus, depois canusCatellus, que se referia a cachorrinho, e catula, à cachorra, também derivaram dessa forma. Apenas cachorrinha teve um caminho etimológico distinto, pois veio de canícula, que significava a estrela conhecida como Sírio. Por problemas no significado, que era confundido com o da catapulta, os romanos dobraram a letra t do original catus, que foi modificando-se ao longo dos anos, passando a duas palavras para dois significados distintos e seus derivados.
Segundo o Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa, na variante brasileira, cão significa mamífero canídeo, domesticado pelo homem desde tempos remotos, que atende pelo plural de cães e tem como forma feminina, cadela. Cachorro, por sua vez, entendido como sinônimo, tem cachorra como feminino e cachorros como forma plural, designa sim um cão novo, uma cria de lobo ou ainda qualquer cão. Em sentido pejorativo, o cachorro é sinônimo de canalha e aparece ainda em formas cristalizadas da gíria e de expressões populares, como "matar cachorro a grito" e "quem não tem cão, caça com gato".

O cão foi descrito por Lineu em 1758 como Canis familiaris, e considerado como uma espécie distinta do lobo, descrito também por Lineu no mesmo ano como Canis lupus.
A ancestralidade canina vem sendo discutida e estudada desde há muitos anos. Teorias antigas sugerem uma origem proveniente do chacal-dourado ou então uma origem híbrida entre várias espécies.
Baseado na consistência genética, Wayne considerou que o cão, apesar da diversidade em tamanho e proporção, nada mais é do que um lobo. Em contraste, análises estatísticas de crânios têm repetidamente demonstrado uma separação total entre lobo e cão. O conceito ecológico de espécie proposto por Van Valen foi aplicado por alguns pesquisadores para demonstrar características adaptativas específicas nos cães por viverem em um nicho antropogênico.
Apesar de certos pesquisadores continuarem a reconhecer duas espécies distintas, existe uma tendência recente em seguir a classificação proposta por Wozencraft (1993; 2005 ) que inclui o C. familiaris como uma subespécie de C. lupus. Pela lei da prioridade estipulada pelo Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, o nome C. familiaris, descrito na página 38, tem prioridade sobre C. lupus, descrito na página 39 do Systema Naturae por Linnaeus. Por questões de usabilidade e estabilidade, foi requisitado à Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica a conservação de dezessete nomes específicos baseados em espécies selvagens, entre eles o Canis lupus.

Quando comparado fisicamente a seu ancestral, o cão possui mínimas diferenças no design genético. A estrutura óssea, os tipos de músculo, nervos e dentições, por exemplo, são idênticos. Até mesmo a pelagem é similar, já que ambos, salvo algumas exceções, possuem uma dupla camada de pelos. Como diferença acentuada, tem-se o fato dos lobos contarem com cérebro e glândulas produtoras de hormônios mais pesados, já que vivem em ambientes que requerem respostas rápidas a eventos extremos.
Mais especificamente, sua anatomia divide-se em cinco grandes áreas de estudo: a externa, a osteologia, a artrologia, a miologia e dos órgãos internos:[47]

Anatomia geral e estrutura externa

Esquema da anatomia externa comum a todas as raças caninas. Legenda: stop (1), cabeça (2), pescoço (3), ombros (4), cotovelos (5), munhecas (6), garupa (7), coxas (8), jarretes (9), boletos (10), espáduas (11), joelhos (12), patas posteriores (13) e cauda (14).
Animais quadrúpedes e digitígrados, o que lhes garante maior agilidade, são considerados os mais difundidos mamíferosdomésticos e possuem várias raças adestradas para os mais diferentes fins. Sua longevidade atinge os vinte anos e suas características externas, como tamanho e pelagem, são tão variadas que dificultam a descrição comum de um cão. Contudo, entre as principais características externas, iguais em todas as raças, estão o stop, a cabeça, o pescoço, as espáduas, a garupa, os ombros, a cauda, as coxas, os cotovelos, os joelhos, os jarretes, os boletos, as patas posteriores e as munhecas, como ilustra a imagem. Mais detalhadamente, suas características externas dividem o corpo do animal em três áreas: na zona anterior, estão a cabeça, o pescoço, o peitoral e os membros frontais; na zona posterior, encontram-se os membros posteriores e a cauda; e nos aprumos, nota-se a posição dos membros em comparação a uma superfície horizontal, que refletem sob os elementos principais da locomoção do cão e suas aptidões, isto é, a postura de seus membros. Outra característica comum é a dentição. Em geral, um cão possui um total de 42 dentes, divididos em 12 incisivos, 4 caninos, 16 pré-molares e 10 molares. Sua pele, outra característica comum nestes animais, representa a maior parte de seu sistema imunológico. Ao longo dela, certas áreas mostram-se sob formas diferentes, pois têm propósitos específicos. As unhas e as patas são para a durabilidade, as orelhas para sinalização social e as glândulas da derme para demarcação pelo cheiro.
Com base na diversidade, é possível classificar cães em categorias de acordo com seu peso e sua morfologia. De acordo com o peso, as raças dividem-se em quatro subcategorias: pequena (< 10 kg), média (11–25 kg), grande (26–45 kg) e gigante (> 45 kg). Na outra ponta, a classificação morfológica apresenta-se um pouco mais complexa, apesar de ter apenas três subcategorias: os cães longilíneos possuem seu comprimento superior a sua largura e espessura, e apresentam-se em formas alongadas e esbeltas; os brevilíneos são o aposto, abarcando exemplares robustos e arredondados; já os mediolíneos são o equilíbrio entre as duas classificações anteriores.

Estrutura interna

Esqueleto canino, composto por 25 partes ósseas principais, é, como em animais de semelhante estrutura, fundamental para locomoção e proteção, além de possuir outras funções primordiais.
A estrutura interna, comum a cães das mais variadas raças, é, assim como em grande parte dos mamíferos, dividida em quatro áreas maiores:
A primeira delas é o esqueleto, a rígida estrutura que sustenta o corpo e desempenha as funções de proteção, movimento, reserva de elementos químicos, como o cálcio, e a produção de glóbulos vermelhos nestes animais. Nos cães, que têm ao longo do corpo um total de 25 divisões ósseas maiores, observam-se dois fenômenos durante a fase referente a pré-puberdade: o aumento da espessura e do comprimento ósseos e a calcificação total da cartilagem de conjugação. Este sistema é ainda sustentado por ligamentos e tendões fortes e elásticos. O crânio, que tem por função principal a proteção do cérebro, é composto por treze ossos que se soldam logo após o nascimento e articulam-se diretamente à coluna vertebral, composta por sete vértebras cervicais, treze torácicas, sete lombares, três sacrais e um número variável de vértebras no comprimento da cauda. Já a caixa torácica é formada por dez pares de costelas, ligadas ao esterno. Também partes importantes na movimentação e locomoção são asarticulações caninas, divididas em dois tipos: as sinoviais, que permitem grande mobilidade e estabilidade, e as não-sinoviais, soldas ósseas ao nível da caixa craniana cuja união se dá através de um tecido fibroso. Recobrindo estas duas estruturas estão os 34 músculos superficiais do cão, responsáveis por todos os movimentos voluntários ou involuntários, divididos entre estriados,lisos e cardíacos, e de funções flexoras, extensoras, abdutoras e adutoras. É na parte frontal que se encontra a maior concentração muscular dos cães. Entre as peculiaridades deste sistema estão o fato de permitirem um giro da cabeça de 220º e que as patas escavem e arranhem com força.
Internamente, notam-se ainda as topografias, que têm relação com os funcionamentos e as divisões dos órgãos caninos internos. É na topografia torácica que se encontra o aparelho respiratório, composto pelas cavidades nasais, a faringe, quarenta anéis cartilaginosos formadores da traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos pulmonares, importantes para a vascularização dos pulmões. No tórax do canino também está o aparelho cardiovascular, cujo coração apresenta quatro cavidades, tem a forma predominante de um globo, está mais situado a esquerda do tórax e possui um tamanho que varia de 120 g à 15 kg, dependendo da raça. Este aparelho é composto ainda por outras oito partes. Já na outra topografia, a abdominal, está o aparelho digestivo, com 17 partes, que vão da boca ao ânus. As particularidades deste aparelho apresentam-se no volume considerável do estômago, devido ao regime carnívoro do animal, e na boca, cuja mastigação é pouco desenvolvida, o que deixa o trabalho digestivo quase completamente para o estômago. Também nesta área do corpo do canino, está o aparelho urinário, cuja diferença dos demais mamíferos reside no fato de um rim ser suspenso na cavidade abdominal, enquanto o outro encontra-se fixado sob a última vértebra torácica e as duas primeiras lombares.

Os cães pertencem à família dos canídeos, da qual fazem parte também as raposas e os lobos. Esta família de predadores possui sentidos apurados para a captura de presase para proteção da matilha. Apesar da domesticação e do cruzamento seletivo, o que tornaram o cão menos dependente de seus sentidos, estes ainda são considerados habilidades sensoriais incríveis. Assim como em humanos e outros mamíferos, seus sentidos dividem-se em cinco:

O nariz super sensível de um cachorro possui 32 vezes mais nervos olfativos que o de um ser humano.
  • Olfato: considerado o principal sentido canino, superior ao de todos os outros animais. Tal característica marcante advém das ramificações dos nervos olfativos na cavidade nasal, que ocupam 160 cm², enquanto no homem a área chega a 5 cm². Em outra comparação, as células olfativas do ser humano chegam a cinco milhões, enquanto em um cão atingem 220 milhões. Essencialmente farejador, o nariz do cão tem um grande número de fendas permanentes, diferentes de animal para animal, como as impressões digitais. Por essa razão, ele pode ser usado para a identificação individual. Os cães possuem trinta vezes mais sensores olfativos que um ser humano. Tal capacidade apurada permite a um cão adestrado/policial, por exemplo, localizar drogasminas terrestres e pessoas sob escombros. É devido a suas dobras convolutas que qualquer cheiro, por mais sutil que seja, pode ser capturado.
  • Audição: como o olfato, é outro sentido bastante desenvolvido no canino, que, diferente do ser humano, ouve sons de alta frequência e baixo volume. Por meio de suas orelhas direcionáveis, característica esta comum aos mamíferos, são capazes de localizar com precisão a direção e a origem do som em seis centésimos de segundo. São ainda capazes de ouvir a uma distância quatro vezes superior a do ser humano. Tais características concedem-lhe úteis habilidades, como a capacidade de discernir com facilidade as palavras pronunciadas por seu dono, ainda que o tom da voz e os gestos não sejam desconsiderados.
Nos cães, a audição, para além de aguçada, é capaz também de discernir tons e as palavras pronunciadas.
  • Visão: este sentido difere dos humanos sob muitos aspectos. A visão noturna dos cães é muito mais apurada que a dos humanos. Seu ângulo de visão também é mais amplo, devido a posição de seus olhos, localizados ao lado da cabeça. Sua visão é bicromática (ao contrário dos humanos, que é tricromática), isto é, distinguem bem apenas o amarelo e o azul, além do branco (somatória das cores) e do preto (ausência delas). As cores vermelho, verde, rosa e laranja não são distinguidas pelos cães, que as vêem em branco ou preto. Os cães são mais sensíveis a luz e ao movimento, captando, com maior facilidade, algo movendo-se no escuro. Contudo, possuem menor capacidade de foco e de diferenciar as cores. Em igual, enxergam em três dimensões. A visão é ainda responsável por transmitir certas marcas comportamentais desses animais. Enquanto fitar diretamente com os olhos significa relação de entendimento e segurança, nunca fitar significa o oposto; deslocar o olhar demonstra, além de insegurança, o medo, ao passo que o olhar fixo mostra uma possível vontade de atacar.
  • Tato: sentido considerado pouco desenvolvido, o tato é fundamental na relação afetiva com outros animais. Junto ao olfato, é o primeiro sentido a funcionar em um cachorro na percepção extrassensorial. Nos cães, as sensações térmicas, táteis e de dor, são percebidas pelas terminações nervosas que, densas, formam uma rede ligada à medula espinhal e ao cérebro. Ao tato está ligada a sensibilidade do animal, que sente mais o frio que o calor, respondendo com aceleração da respiração e a evaporação da água através da língua. As partes responsáveis por este sentido formam uma rede nervosa concentrada na base dos pelos, que nem sempre apresentam a mesma sensibilidade. As vibrissas, pelos longos do focinho, dos supercílios e do queixo, são particularmente providas de terminações nervosas.
  • Paladar: sentido pouco desenvolvido. Em relação com o homem, possui quase nove vezes a menos o número de papilas gustativas. Por isso, o sabor que os cães sentem está diretamente ligado ao odor. É também por esta razão que podem consumir diariamente o mesmo alimento.

É de muito tempo que a reprodução canina divide-se em assistida e natural. A primeira refere-se ao fato de o macho observar sua cadela seja em um cruzamento natural, seja em um manipulado - de fins financeiros, como uma cria de pedigree para venda ou competições, ou ainda, para seleção artificial de uma raça ou criação de uma nova, geralmente realizados através de inseminações artificiais ou cruzamentos controlados. Em relação aos animais, as fêmeas, assim como as mulheres, nascem com um determinado número de óvulos, enquanto os machos atingem a idade sênior de doze anos ainda férteis.
Em um cruzamento natural, assistido ou não, o processo é iniciado na fase do cio da cadela, que dura em uma média de quinze a vinte dias, cujo ápice da fertilidade é atingido entre o 8.º e o 11.º dias. A cópula então começa com uma fase de farejamento. Aereção do macho é possibilitada pela rigidez do osso peniano e pelo fluxo de sangue do tecido erétil. Com um monte bem sucedido, desencadeia-se então as contrações vaginais na fêmea que favorecem a ascensão dos espermatozóides, a manutenção da ereção e o "aprisionamento" do macho durante a ejaculação na fase prostática. Esta fase dura um mínimo de cinco minutos, embora possa atingir trinta. Já a inseminação artificial, sempre assistida, é feita de três diferentes formas: com sêmen fresco, refrigerado ou congelado. Contudo, todas se caracterizam como técnicas de reprodução impossíveis de ocorrerem sem a intervenção do ser humano, que vão, desde o recolhimento do material do macho a sua introdução na fêmea.
Faz parte da reprodução também a gestação, que dura em média sessenta dias e gera um número variado de filhotes, dependendo do tamanho e do sistema reprodutor da fêmea, bem como os cuidados com os cachorros. A alimentação de uma cadela durante a gestação é fundamental para o nascimento de uma cria saudável. Os cuidados alimentares devem ter início antes mesmo do acasalamento e prosseguirem até o desmame dos filhotes, já que ela é bastante exigida também nesta etapa. A fêmea não deve estar gorda quando cruzar e não pode receber gorduras na alimentação, mas ao contrário, tem bastante necessidade deproteínas, cálcio e sais minerais. Por fim, faz-se ainda necessária atenção aos filhotes. Nesta fase, a cadela é protetora e os amamenta por cerca de 45 dias. Aos poucos, os cachorros, que desenvolvem primeiramente o olfato e o tato junto à mãe, abrem os olhos e as orelhas, que lhes conferem dois sentidos bastante aguçados.
Na outra ponta da reprodução está a esterilização, chamada também de castração, comum em animais domésticos e uma necessidade para o controle de animais nas cidades, geralmente abandonados nas ruas. A esterilização em si consiste na remoção cirúrgica completa dos órgãos com funções restritivamente reprodutoras. Nas fêmeas, retira-se o útero e os ovários, o que elimina os cios. Nos machos, retiram-se os testículos, deixando-se a bolsa escrotal vazia. O processo é classificado como indolor, devido a anestesia, incômodo, após o procedimento, e seguro, devido a eficácia dos resultados para o animal e para a sociedade.

envelhecimento canino é um processo natural ainda não totalmente entendido, embora sabido que ocorra de modo variado, dependendo das raças e de seu porte. Enquanto um cão de médio porte vive em torno de doze anos, um gigante tem expectativa de vida mais curta. Antes, acreditava-se que estes animais envelheciam sete anos para cada ano de vida de um ser humano. No entanto, essa teoria foi revista, e mais recentemente, tenta-se comparar o estágio de desenvolvimento inicial da vida do cão com aquele dos seres humanos. De acordo com alguns resultados obtidos, raças pequenas alcançam seus tamanhos finais entre os oito e os doze meses; raças de porte médio entre doze e dezesseis meses; de porte grande entre dezesseis e dezoito meses; e as gigantes, por volta dos dois anos. Com isso, foi possível traçar um paralelo que resultou em variação de porte para porte. As raças pequenas e médias têm os cinco primeiros anos de vida para o primeiro ano humano. Deste ponto em diante, são quatro para cada ano vivido por um ser humano. Já as raças grandes e gigantes, de maturidade mais lenta, envelhecem sete e doze, respectivamente, em seu primeiro ano de vida, com cinco e sete anos a partir do segundo ano de vida, para cada tamanho. Com base nessas afirmações, pode-se dizer que um chihuahua nascido no mesmo dia e ano que um homem, tenha, cinco anos mais tarde, 21.
Cães de idade avançada estão mais sujeitos a doenças, dores e alterações comportamentais. Por isso, é importante dar atenção às mudanças da idade de um cão doméstico, pois isso permite suprir novas necessidades e proporciona melhores condições de vida. Entre os principais males que podem acometer os idosos caninos estão a artrite, o mal de Alzheimer e a depressão. Esses problemas e outros, como a queda de dentes, decorrentes da idade, são diagnosticáveis desde o início pela observação das mudanças comportamentais e pela realização de constante acompanhamento veterinário. Problemas de visão e audição, quietude e esbranquiçamento e queda do pelo são fatores considerados normais, causados pelo avanço da idade.

A forma de comunicação mais conhecida dos cães é o latido, apesar de chorarem, rosnarem, uivarem, cheirarem e utilizarem de sua linguagem corporal para se fazerem entender tanto para os caninos quanto para os seres humanos.
relação entre os cães ocorre, na grande maioria das vezes, de modo bem diferente da dos homens. Por conta disso, muitas vezes suas atitudes não são compreendidas, como porque se cheiram tanto, latem sem motivos, estão brincando e de repente começam a brigar. Os cães também sentem medoansiedadeinteressealegria e outras emoções. E, por serem animaisgregários, dedicam parte do tempo em conhecer seu status dentro da relação. No aprendizado, cães precisam do contato com outros cães para aprenderem sua linguagem. Durante as primeiras sete ou oito semanas, os cachorros aprendem toda a base da comunicação com a mãe. Se eles a machucam, ela grunhe e os afasta, e na época do desmame, mostra-se aborrecida com o ataque às mamas, por exemplo. A partir daí, o contato com os irmãos também é importante. Nas brincadeiras com outros filhotes, o cachorro aprenderá como demonstrar a dor e a brigar pela comida. De todas as formas de comunicação, a mais importante da vida do cão, entre os cães, é a corporal. Através da leitura da posição das orelhas, da cauda, dos olhos e do corpo em geral, os cães poderão identificar o estado de outro animal, como a aceitação das brincadeiras ou da dominância. O odor, também de animal para animal, é importante na comunicação para a identificação única de cada indivíduo. É através do cheiro que ainda identificam quando uma cadela está no cio ou a mensagem da urina em determinado local demarcado.
Pelo ser humano comunicar-se verbalmente, acredita que esta seja a principal forma de comunicação canina. O latido, em geral, significa um pedido de atenção quando carentes, aborrecidos, excitados ou sozinhos, e um alerta de perigo. Entre homem e animal, além do latido, outra forma de comunicação é o choro. Chorando, os cachorros percebem desde cedo que tanto a mãe quanto os donos lhe atendem e passam a usar disso como meio de obter atenção. Além disso, o choramingo demonstra susto com barulhos altos, como trovões. O rosnado por sua vez, é o som mais simples de se entender, tanto para os caninos, quanto para os humanos, pois significa ataque caso não haja o recuo do outro diante da posse, demarcação ou proteção. Por ser um sinal de agressividade, não costuma ser ignorado. Por fim, o uivo é um som familiar e único, que demonstra também excitação, o alerta, a solidão e o desejo. É usado quando caçam e encurralam suas presas ou só para ver se alguém aparece. Em um paralelo, o uivo é tão contagiante quanto o bocejo humano: quando um começa e outro ouve, o faz. No relacionamento homem e animal, seus meios de comunicação causam problemas que geram determinadas soluções apenas para o ser humano. Entre as mais eficientes e definitivas estão o uso de coleiras anti-latidos, que associam o ato de latir com algo negativo, como jatos de citronela no focinho, e as operações que retiram as cordas vocais.

Assim como em todos os mamíferos, as funções de sustentação, proteção e locomoção são executadas pelos esqueletos ósseo e muscular. Igualmente aos seres humanos, os cães possuem estrutura básica, cujos níveis encontram-se nas alturas escapular e pélvica, uma para os membros superiores e outra para os membros inferiores. A diferença encontra-se no fato das duas alturas servirem para a locomoção canina, ao passo que só a inferior é utilizada na locomoção humana. Para andar, os caninos dependem dos graus articulares, mas principalmente do sistema neuro-muscular, que exerce as suas funções de contração e relaxamento, graças a ligação ao sistema nervoso e as superfícies articulares do esqueleto ósseo. Suas patas, fundamentais na locomoção, têm nos coxins a única parte da pele com glândulas sudoríparas, o que ajuda a mante-las flexíveis. São ainda pouco sensíveis ao frio e ao calor, o que lhes ajuda quando em situações mais rigorosas, bem como possuem entre quatro e cinco dedos, o que proporciona sensibilidade, adaptação e aderência muito boas. Em comparação ao cavalo, outro forte animal domesticado, o cão é ainda um melhor saltador, devido a sua musculatura, e possui uma coluna mais flexível.
Nos caninos, apesar da locomoção ser algo comum a todas as raças, existem peculiaridades que acompanham o tamanho e o peso do animal. Cães como o são-bernardo são muito mais pesados que aqueles de ossos leves, como o afghan hound, e por isso, na relação com o ser humano, há de se ter cuidado quanto as práticas e trabalhos pretendidos para eles, já que muitas destas raças possuem limitações devido a seleção artificial, como o buldogue, de pernas curvadas e o dachshund, de patas curtas.
O tipo de andar que o cão executa é a chamada andadura, aquela passada completa, quando o membro volta a assumir a mesma posição do início, no momento em que toca o solo novamente, pronto para a repetição. De acordo com visualizações e definições, o andar do cão é variado e pode ser chamado de trote, cuja passada se completa com dois tempos, ou seja, duas patas tocando o chão ao mesmo tempo; trote em diagonal, quando forem de lados opostos; passo de camelo, quando dois membros, que tocam o solo simultaneamente, forem do mesmo lado; e galope de corrida e lento, que significam os membros posteriores e os anteriores movimentando-se quase ao mesmo tempo. Todos estes tipos de andadura são muito parecidos, mas cada um reflete a postura do animal e possui um ritmo determinado pela cadência dos tempos. Independente disso, são mais fáceis de serem vistos em competições de raça.

De acordo com a Federação de Cinofilia Internacional, em francêsFédération Cynologique Internationale, regida pela Federação Cinológica Internacional, existem onze grupos de raças oficiais, porém variados de país para país, já que cada organização internacional admite diferentes grupos para a classificação do conjunto de raças que reconhece. A oficial, por sua vez, considera "os cães que realizam o mesmo tipo de trabalho ou que tenham a mesma semelhança física, a fim de que os cinófilos possam ter mecanismos facilitados para julgamento da estrutura e dinâmica dos exemplares de cães apresentados em exposições de beleza e fundamentalmente, organizar aquelas raças que, com particularidades e utilidades similares, sejam facilmente identificadas pela sua função":
Dentro destes grupos estão mais de quatrocentas raças ao redor do globo, que, por suas funções, dividem-se em um número variado de categorias, como de guarda, de tiro e caça, de utilidade, de luxo e de companhia. Entre as raças mais populares do mundo, eleitas no ano de 2009, estão o labrador retriever, considerado amigável e boa companhia para as crianças; o golden retriever, dito simpático, gentil e brincalhão; o yorkshire terrier, classificado como ativo e protetor apesar de seu diminuto tamanho; opastor alemão, que figura como uma das raças mais inteligentes e leais; o beagle, visto como grande farejador; o dachshund, de corpo exótico; o boxer, ativo e leal; o poodle, ativo e companheiro; o shih tzu, dito excelente companheiro; e o schnauzer miniatura, visto como esperto e amável.

Da dieta do canino doméstico tem-se em vista que a simples alimentação seria dar-lhe comida. Para a manutenção de sua saúde então, é fundamental nutri-lo com proteínas,cálciolipídioscarboidratosminerais e vitaminas. Em geral, estes nutrientes são encontrados em situações normais para animais selvagens, nas dosagens que necessitam ou acumulam. Como o cão não vive livre ou abandonado nas ruas, isso é feito através de análise do cotidiano familiar, de suas atividades e da consulta ao veterinário, a fim de equilibrar cardápio fresco e ração, considerando a particularidade de cada animal. Filhotes, adultos e seniores podem trocar o hábito alimentar dependendo da necessidade. Independente da troca, esta deve ser mais gradual à medida que aumenta a idade do canino, já que este pode se mostrar mais resistente fisiológica e/ou psicologicamente à mudança alimentar. Há ainda de se considerar que o canino não gasta energia como seus antecessores livres e o exagero na alimentação, que causa sobrepeso eobesidade nos animais, e os alimentos proibidos aos cães, como os ricos em açúcaresgordura saturada e sódio, por exemplo. Outro alimento perigoso é o chocolate, em qualquer forma que se apresente. A subtância nele presente, chamada teobromina, pode causar intoxicação alimentarcoma e até casos de óbito. Por isso, deve-se não apenas evitar, mas proibir a ingestão de chocolate nestes animais. Em 2009, como reflexo da má alimentação dos domésticos, foi constatado, pela Associação de Prevenção à Obesidade dos Animais de Estimação, que 45% do cães e 58% dos gatos estão acima do peso ou obesos, em geral refletindo a condição física de seus donos. Como consequência deste quadro, os animais estão desenvolvendo, de acordo com veterinários, problemas coronarianosdisplasiapressão altaartritediabetes, aumento no risco de derrames e câncer. Como solução, foi apontada a união da dieta equilibrada e os exercícios físicos.
Como onívoro, faz parte da dieta de um cão boa parte do que come um ser humano. No entanto, sua alimentação balanceada é mais facilmente mantida por meio das rações industrializadas e devem ser oferecidas de acordo com tamanho, idade e atividades que o animal executa. A comida caseira também pode ser dada, mas a complicação de atender às exigências nutricionais é maior, estraga com rapidez e pode causar tártaro ao animal. Outra vantagem que a ração apresenta é o fato de ser dura, o que promove o atrito e a limpeza dos dentes, já que o tártaro pode causar inflamações, perda de dentes e até mesmo doenças graves.

Entre as doenças que os cães podem ter, algumas se destacam por serem transmitidas aos seres humanos e outros mamíferos, como as dermatofitoses, as intoxicações por salmonella, a leptospirose e a raiva, que atinge o sistema nervoso. Tais enfermidades são denominadas zoonoses e tratáveis por meio da vacinaçãohigiene e tratamento da doença em si. Crianças e idosos são mais suscetíveis a estes problemas devido ao sistema imunológico debilitado ou pouco desenvolvido. Todavia, dependendo da progressão e da demora no diagnóstico, nem todas apresentam-se curáveis.
Para os caninos em si, que se resfriam como muitos outros animais, existem sete doenças comuns e fatais, que também podem ser evitadas através de vacinação anual ou combatidas por meio de fortes tratamentos: a tosse canina, doença infecto-respiratória causada por uma bactéria, é tratável com antibióticos e comum onde muitos cães vivem juntos; a coronavírus, contraída quando um cão entra em contato com as fezes ou outras excreções de espécimes infectados, causa apatia e vômitos, e é tratada com abundância de líquidos e medicação; a cinomose, vista como a doença infecciosa mais fatal, é causada por vírustransmitido diretamente pelo ar, com tratamento eficaz apenas no primeiro de seus dois estágios e se em cães de sistema imunológico saudável; a hepatite infecciosa canina, doença viral espalhada por contato direto, causa febre, inchaço das amígdalase dores estomacais, e é tratada com medicação adequada e tratamento intravenoso, cujos resultados aparecem em quatro dias; a leptospirose, causada por bactéria e transmitida através da urina, causa febre, depressão, letargia e perda de apetite, além deúlcera na boca e na língua, e tem como tratamento a internação e o uso de antibióticos; a parvovirose, doença altamente contagiosa que se espalha através das patas, pelo, saliva e fezes de um cão infectado ou por sapatos de pessoas, é considerada altamente fatal nos filhotes, tem como sintomas a diarreia aguda e o dano ao músculo cardíaco, e seu tratamento é feito através de medicação adequada e a obrigatória esterilização do ambiente, para que o cão não adoeça novamente com maior gravidade.
Outras enfermidades, também tratáveis, causam desconforto ao animal, invalidez temporária ou permanente, dores e tratamentos extensivos, como as úlceras, problemas neurológicos, de vista, nas orelhas e na boca, alergias e dermatites. De um modo mais abrangente, pulgas e carrapatos representam os dois maiores males dos cães, pois causam e transmitem inúmeras doenças, além do desconforto que causam na pele, com as constantes mordidas. Em geral, a higiene, a boa alimentação e um acompanhamento veterinário evitam ou diminuem os efeitos danosos destes problemas físicos em cães domésticos. Psicologicamente, um dos maiores problemas sofridos por estes animais é a depressão, que se manifesta em forma de agressão, quietude ou histeria. Em pesquisa liderada pela espanhola Belen Rosado, constatou-se que a maior causa da agressão e dos latidos caninos são a depressão, em geral advinda de uma vida muito sedentária, o que os estressaria. Os exames realizados apontaram baixa deserotonina e alta de cortisol, causadores da desestabilização emocional. Para os veterinários, apenas o exercício físico e a companhia seriam capazes de amenizar ou eliminar este problema.

O controle de animais é feito pelo órgão responsável pelo controle de agravos e doenças transmitidas por animais, chamadas zoonoses, através do controle das populações deanimais domésticos (cães, gatos e animais de grande porte) e controle de populações de animais sinantrópicos, como os ratos e os pombos. São geralmente órgãos governamentais credenciados pelos ministérios da saúde. Relacionado aos cães, os centros de controles de animais, além de efetuarem o recolhimento dos abandonados nas ruas e a castração por exemplo, também promovem campanhas de adoção dos bichos recolhidos, em geral saudáveis, vacinados, castrados e vermifugados.
As organizações protetoras dos animais são entidades de ajuda a cães, gatos e outros animais abandonados, como os pássaros em geral. Algumas delas abrigam centenas de animais que são retirados das ruas para se evitar o sacrifício pelos centros de controle, enquanto controladoras populacionais. Essas entidades, que podem ser sociedades,associações ou organizações, precisam de voluntários e auxílio para se manterem ativas. Também promovem campanhas de adoção de animais e protegem seus direitos em geral, como à vida e ao bem-estar.

Existem, em território urbano, uma classificação que divide a presença canina em quatro. Nas três primeiras, encontram-se os domésticos totalmente supervisionados, os semi-supervisionados e os de vizinhança, todos sob os cuidados dos humanos. Já na última, tem-se os chamados ferais, independentes e irrestritos, que formam matilhas de dez a quinze indivíduos que não interagem com os homens.
Esta classe canina interfere diretamente no equilíbrio do ecossistema que ocupa. Por se manterem afastados de grupos humanos obtêm sua subsistência a partir de resíduos dispersos na periferia das cidades e da caça a animais de reservas e matas circunvizinhas. Nas ocasiões em que ocorrerem contatos com seres humanos e outros animais de estimação, os riscos de agravos são maiores que com os demais estratos populacionais, por manifestarem agressividade mais acentuada que os próprios animais selvagens. Em contrapartida, estes animais apresentam altas taxas de mortalidade e baixas de reprodução. Possuem o instinto da caça desenvolvido e não são seletivos, pois variam desde pequenas presas anfíbias a grandes mamíferos de cerca de 10 kg. Considerados um dos principais predadores da vida selvagem nativa em áreas protegidas em todo o mundo, estes cães são agressivos tanto com seres humanos quanto com outros animais. Possuem hábitos mais noturnos e não matam apenas para alimentação. Suas populações não são vacinadas contra raiva e outras doenças transmissíveis, o que as torna transmissoras potenciais de vírus, representando um perigo para a vida selvagem e para o ser humano, caso entre em contato com um. Tal comportamento e o perigo que representam às sociedades e a outros animais, deixa como solução apenas a sua erradicação.
Doentes ou mutilados, cães são abandonados nas ruas por seus donos. Podem tornar-se disseminadores e risco à saúde pública. O abandono é considerado crime em alguns países.
Por outro lado, o relacionamento com o homem não se reduz a bom ou agradável. Há casos de pessoas atacadas por seus animais domésticos e casos de pessoas que maltratam, quando não seus próprios caninos, os de outros ou de rua. Do homem para o animal existem diversos tipos de maus tratos, desde a direta agressão física ao uso abusivo de seus bichos em rinhas de briga e como cobaias. São ainda postos em gaiolas minúsculas, sem higiene e alimentação. Tais agressões são consideradas, em determinados países, como violação ao direito dos animais e preveem punição legislativa. Abandonar cães doentes e idosos também é considerado crime. No Brasil, a lei protege os animais desde 1934, pelo decreto lei Nº24.645, de julho, e mais tarde, a lei de crimes ambientais nº 9605, de 16 de fevereiro de 1998, reforçou este decreto e especificou várias violações e penalidades de detenção para aqueles que praticam crimes contra os animais:
Cquote1.svgArtigo 32 da Lei Federal nº. 9.605/98: É considerado crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, doméstico ou domesticados, nativos ou exóticos. (...) quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animais vivos, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. (...) se ocorrer a morte do(s) animal(s).Cquote2.svg
Em Portugal constituem crime "todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal." e abandonar "os animais doentes, feridos ou em perigo" de uma forma geral. Essas medidas gerais de proteção foram decretadas pela Assembleia da República nos termos dos artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º 3, da Constituição.

É no cérebro que se abrigam as capacidades herdadas e gravadas, base da formação mental do cão, que mostram comportamentos e habilidades potenciais deste animal. A chamada inteligência canina é dividida em três habilidades mentais baseadas em instinto: aprendizagem, resolução de problemas e inteligência comunicativa. Dos lobos, os cães herdaram a chamada flexibilidade mental, que significa a capacidade de aprender com as experiências que os ajudam a adaptarem-se ou a modificarem o ambiente para que se torne um lugar melhor para viverem. Instintivamente cautelosos e desconfiados, aprendem também em quem confiar e quem devem evitar. Para solucionarem um problema, o cérebro funciona com rapidez de construção com o menor número possível de falsos inícios. Essa combinação constitui sua capacidade de resolução, em geral deficiente nos cães, e na qual o border collie se destaca, enquanto cão de pastoreio.
A inteligência comunicativa é a conhecida obediência ou inteligência de trabalho. Ainda que seja bom nas outras duas habilidades, precisa entender o que o os comandos do ser humano e os outros cães dizem, para perceber instintivamente a hierarquia da matilha, comunicando-se através da linguagem corporal e do cheiro. O labrador retriever é um exemplar excelente em inteligência comunicativa enquanto cão de tiro, devido a sua persistência em se concentrar.
Os cães possuem ainda o instinto natural de saberem o que devem ou não comer. Quando mastigam grama, significa por exemplo, que estão adicionando fibra à alimentação. Para compreenderem relações, possuem uma habilidade hereditária que lhes permite perceber a hierarquia e reforçar a ordem, o mesmo sendo aplicado na hora de interpretar a postura de outro animal ou do ser humano. Os caninos possuem também a habilidade de se localizarem, traçando mapas mentais de grandes territórios. Todavia, muitos vivem restritivamente ao lar e não desenvolvem esta capacidade, terminando então com um ruim senso de direção. Estes animais ainda são capazes de julgar movimentos e forças, como a aproximação de uma onda na praia. Resumindo, a inteligência canina é utilizada pelo ser humano para desenvolver e utilizar de suas habilidades mais destacadas, ao passo que serve ainda para o melhor convívio entre os de sua espécie.
Equilibrar um canino através doadestramento, feito por repetição de comandos e atividades, é fundamental para a boa relação entre duas espécies tão distintas: cão e ser humano.
Seu temperamento é variado de cão para cão, ainda que uma dada raça seja padronizada no papel a ter um determinado tipo de comportamento, como o companheirismo do poodle. No entanto, não há neles uma característica presente no ser humano: oracismo por julgamento. Apesar de demonstrar aversão a determinado grupo de pessoas, os motivos são nunca ter tido contato com tais pessoas, ter dono inseguro a dado grupo e o estímulo à desconfiança canina para um determinado grupo. Outra marcante característica do comportamento canino é a coprofagia. As razões variam de deficiência metabólica ou doença à motivos meramente comportamentais, como as cadelas que comem as fezes de seus filhotes, para manter o canto deles limpo. Os tratamentos para este comportamento, além de imprecisos, são controversos. Sabidamente um animal social, é afetado também pela chamada "mentalidade de massa", através da qual é estimulado ou simplesmente consegue fazer algo que sozinho não faria, como o ganho da confiança para encarar ameaças maiores. Em contrapartida, este comportamento pode também ser negativo, estimulado por maus hábitos, como latir excessivamente ou avançar.